Sou cadáver e durmo eternamente.
Sobre meu túmulo colocaram flores,
Murcharam tais como meus amores
E ébrio tornou-se meu inconsciente.
A vida esvaiu-se assim tão de repente
E no infinito sono eu guardo rancores
Duma existência donde só senti dores
Diante dum povaréu falso e descrente.
O tempo sublevou-me perante a morte,
Mesmo habitando numa cova, sou forte,
Pois minha memória se tornou imortal...
Pouco importa se meu corpo é carnificina,
Agora mais do que nunca sigo numa sina
Até que renasçam em mim mar e litoral!
DE Ivan de Oliveira Melo