Morava em Trancoso, Porto Seguro na Bahia e por lá nas mil e uma noites de aventuras nas férias, todo professor precisa disso, iria para uma viagem com encontro de professoras, mas aventura é isso, viajar sem ter onde pousar e ficar até onde o dinheiro alcançar. Pousadas, mar e muito vista linda, um riacho com casas diferenciadas, o local era perfeito em 1985 para se viver tranquilo. Existia o tal quadrado, que era, na verdade, um lindo retângulo cercado de bares e pousadas um Camping e, no fundo, uma Igreja bem simples, com bancos de madeiras e atrás dela uma vista para a Lua crescente que era um ritual, quase ancestral, por todos que visitavam o lugar e sempre iriam aguardar a Lua nascer no fundo do horizonte mar. Árvores e flores por um caminho entre noites estreladas e vaga-lumes gigantes. Porém, tudo o que se passou foi verdade. Eu, saindo de um bar na noite estrelada e atravessando o quadrado, numa diagonal de ponta a ponta, vejo de lá um homem alto e moreno, vindo justamente na mesma direção. Achei estranho, mas no mínimo divertido, eu estava sozinha mesmo. E no meio do encontro, no meio da noite brilhante, no meio do quadrado e do nada, o lindo homem ajoelha-se na minha frente em me fala:
— Cá sateconmigohermosamujer!
—Risosssss
(não tinha como não rir! Argentino!)
—Bella se mi novia ahora!
—Risoss. Olhe você deve estar muito doido! (Ele era lindo e vou dizer: parecia aqueles manequins de TV).
— Agradeço, mas estou indo para o outro lado. E continuei a minha travessia…
Muitas vezes me pergunto se ele era o homem certo para mim...
Mas essa boa aventura do encontro com um doido varrido e borracho no meio da noite em Trancoso me deu esperanças e novas expectativas.
Sinceramente, encontrei um outro Argentino, lindo, alto e de olhos azuis com quem me casei e tive uma filha.
FIM
Diana Balis
Mais textos
Rss do autor
Estatísticas
Enviar
Imprimir
Criar um pdf
