Sou embaraço
nos teus olhos.
Tua alma
perdida,
sonda-me,
afaga-me.
Sou traços
infinitos nas rotas
de objetos voadores
não identificados.
Arranho e ardo.
A lingua lambe
o sangue frio
quando tentas
me compreender.
Embriago-me
na última noite
passada em nós.
Choras tanto!
Sabes ouvir
uma canção
composta
no final
da tarde?
Maluquice
Há múltiplas cores
nas janelas
dos edifícios.
Liberto-me
do medo
nas calçadas
pintadas
com círculos
brancos.
As pessoas vestem
o próprio desejo
de ser como são.
Por um dia,
silenciam automóveis
saem do ar
o rádio e a TV.
A rua onde moras
é palco de loucuras
inimagináveis.
Pessoas de todos
os gêneros passeiam
de mãos dadas
nas calçadas
decoradas
com múmias
e carcaças
que ousam
cantar.
Andas coberto
de esmeraldas
no final da linha
da Central
do Brasil?
Quanto horizonte,
quanto renome!
Ó Destino!
Os sentidos
da vida seguem
alugma lógica?
Que tudo
se transforme
em escadas
que levam
aos céus
imaginados.
Hora Mística
Louvores
transcendem
no largo céu.
A descrença
desconcerta
os profetas.
Eles proclamam
dilúvios enquanto
o mar acolhe
às pressas,
centenas
de súplicas.
O desamor
desliza no dia
da redenção.
Estremeço...
A madrugada
é.fria nas montanhas
onde encontro alento.
Guardo os olhos
para não sonharem
na poeira do mundo.
Miro um céu
de quimeras.
Sem vestígios
impuros,
alcanço
montanhas
e nuvens.
Um deus prateado
dança comigo
nos mares.
Não
me canso
de ouvir
pássaros
na madrugada
azul.
* * *
Mãos explodem
na hora do espanto:
Sereias e fadas
dançam nas paredes
da casa de inverno.
Fantasmas
quebram
os pulsos
enquanto ouço
canções medievais
atrás das muralhas
que separam-me
de ti.
Vejo rosas e espinhos
no poema escrito
enquanto dormes.
Quando despertar
ouça o que descrevo
na tua mente.
*
Neste oceano iluminado
guia-me a essência de tudo
na superfície da alma.
Responda
sem receio
o que escrevi.
Estive
nos seus
abraços?
Estou ao
seu lado?
Acordar agora
é devaneio.
Amo-te
doidamente.
Vejo uma parede
rosa-espanto
pendurada
nas árvores.
Pastos amarelos
devoram cavalos azuis.
Olhos iluminados
contemplam em círculos
as cenas finais…
Em qual mundo
encantado
vivemos?
Transpasso
aquários
onde sonham
os peixes.
A esperança
agarra-se
às nuvens.
No oceano
as pedras
dormem.
..
Acaricio a eternidade
moldurada no espaço.
Retorno à essência.
Sou andarilho
do tempo.
Rendo-me
à fascinação.
Poemas em ondas deslizam nas águas.