Poemas : 

Divago XVII

 
As ruas arcadas e cansadas
Arrumadas às paredes alvas
Soletram todos os raios de sol
Entre elas discutem caladas
As boinas nas cabeças calvas
E o constante odor a álcool

As mil curvas e contra curvas
Que os pés fazem ao tropeçar
Numa calçada sempre direita
São certeza do calor das uvas
Da sua ténue essência secular
Ao tornar a vida quase perfeita

As tortas chaminés cospem fumos
Tirados ao audaz lume de chão
Que tempera os últimos enchidos
O tirano vento muda os rumos
Desse rico fumaréu sem perdão
A troçar dos humores esfaimados

O castelo sentado ao fundo
Apazigua as línguas afiadas
Que desdenham dos passos
E redesenham todo o mundo
Com prazer nas faces coradas
Riem e choram entre abraços


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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