Tela apagada, luz acesa...
Uma caneta promissora, um papel sem pautas...
No quarto frio ainda se pode sentir o morno de um poema que nasce desalinhado, sem rimas, franzino, procurando seu destino em meio a chuva incessante...
Chega lento falando de um amor para a vida toda e passa a noite inteira tentando convencer que é verdadeiro ...
Rascunha ternuras, adentra a alma, encorpa com linhas nobres que não se ousa apagar e cresce ocupando as lacunas com juras de felicidade.
Num flash tira da cartola ressentimentos...
Ligeira brota uma lágrima atrevida ferindo o papel fragilizado e comprometendo a relação que parecia começar a fluir...
O poema que não tinha malícia, que não tinha maldade sucumbe e da mão trêmula desprende a caneta carente de um coração....
E o papel?
Rasurado é esquecido em um canto qualquer, amassado a esmo da razão...
Luz apagada, tela acesa, sol morno, quarto ainda frio, noticia quente...
"Tensão do Oriente Médio preocupa líderes mundiais"
honey.int.sp
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