A carne muda envelhece
Calada na surdez da voz
Que trôpega me arrasta
A memória que esquece
Cobra e ata a vida em nós
Que ferida se afasta
O chão abre vezes sem conta
Como se falasse no silêncio
Consumido em falsos olhares
O vento grita numa afronta
Na dor dum fatídico prenúncio
A ecoar no bailado dos mares
O céu infinito e pardo chora
Troveja lições que estudei
E o infeliz amor rejeitou
Agora tudo aqui se desflora
O que vivi, morri e não sei
Tudo que aqui nasceu voou
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma