À luz de uma vela simples,
Eu escrevo, para ti, acredite
Ainda penso em nós, ao arco-íris
Ah, mal sabes o tempo, o quanto queria
Que o infinito desse graças aos momentos
Como uma bênção, afastando assim, o medo
Medo de esquecer, medo do vento soprar e levar
Para longe, e nunca mais retornar ao lar.
Em pouquíssimas palavras, lacrimejo
Uma dor desfere golpes sobre o meu peito
Como se desejasse meus gritos em desespero,
Como se almejasse me despir ao relento
Enquanto a chama se contorce,
E a vela, aos poucos, morre.
Amada minha, minha estrela, guia-me
Para seus braços, para longe deste corpo em pedaços
Afaste-me destes espasmos, leve-os ao espaço
Dama, como desejo vê-la, fervorosa é minha vontade
Vontade de correr, pular o penhasco, e te encontrar
De corpo e alma, alma fogosa, em pura prosa, por horas
Senhora, dai-me a permissão, deixe-me vê-la, mais uma vez
Deixe-me senti-la, beijá-la, só mais uma vez.
Enquanto a vela falece,
O meu coração não mais se aquece,
Enquanto o tempo desaparece.