É madrugada. Meu rosto está lívido!
A boca amarga os dissabores da ilusão...
Terrível angústia me assalta e, em vão,
Busco respirar, mas é azado meu libido.
Deitado e frente ao espelho, vejo-me tonto;
Tento sorrir, porém é o choro que me afaga
E, fatigado, o corpo procura por uma adaga
Para pôr fim a este malfadado confronto.
Sinto em mim que é chegada a despedida...
Lamento profundamente o que não fiz na vida
E peço compaixão para um coração sofredor!
Parto. Talvez no espaço eu seja bem mais feliz
Já que lutei e lutei e meu regaço a terra não quis...
Morro, enfim, como quem viveu só por amor!
DE Ivan de Oliveira Melo