Homem sem tino, mala sem alça,
Roupas imundas, perfeito otário,
Chapéu sem abas, falso e vigário
Cujas pernas há falsete de tralha.
Querer compor, escrever um soneto,
É brincadeira de muito mau gosto,
Leva amigos e o público ao desgosto,
Não sabe nem sonhar e sem respeito.
É um ermitão que esmola no mercado,
Fala abobrinhas, tem rosto mascarado
Para driblar o sabido ao estender a mão...
Faz continhas, na certa ver o que ganhou
Visto que não come, só sabe beber sua dor
Para não enganar o coronário anda são!
DE Ivan de Oliveira Melo