Poemas : 

ABSOLUTO

 
Rasguei a dor e a embrulhei na panela,
Queimei o frio com a neve da madrugada
E ensopei o lenço com a secura das lágrimas,
Porque o silêncio é zoada de primavera.

O mudo gritou diante do surdo ambulante
E este, ao escutar a quietude do barulho,
Manteve-se sorrindo, porque nada é entulho
Dos calados que tagarelam e são petulantes.

Rabisquei num rascunho sem lápis ou caneta
Enquanto a vida, gargalhando, me fez careta
Diante duma escada sem degrau e sem chão.

Trabalho ocioso é aquele em que tudo é nada
E, no deserto de uma multidão de camaradas,
A liberdade é uma prisão onde vive o coração!


DE Ivan de Oliveira Melo


 
Autor
imelo10
Autor
 
Texto
Data
Leituras
366
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.