Aqui e ali ouço os passos
Que ecoam lestos e sós
Dançando outra valsa
Ocupando tantos espaços
Que soluçam na voz
Da menina descalça
Ali e acolá voa uma palavra
Que procura fugir do papel
E apressada busca nada
Deixa alva a terra que lavra
As abelhas, os favos de mel
Outras palavras, sua amada
Acolá e além se perde um olhar
Que descreve na sua história
Sempre um dia de cada vez
Qual horizonte colado ao mar
A coroar beleza e outra glória
E este chão de insensatez
Além e para lá de tudo
Sossega o velho coração
Que já gasto sorri e morre
O homem que além de mudo
Fecha os olhos em cada mão
Secando a lágrima que escorre
Para lá e para cá, de volta
Estou eu e tu num abraço
Que demora a apertar
A sentir desejo e revolta
Por este tempo escasso
Que teima em acabar
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma