Poemas -> Reflexão : 

O rio não apaga a memória da gaveta

 
 
O rio não apaga a memória da gaveta.

O sabor de uma fruta comida na infância;

os atalhos que me levavam até São Francisco de Assis;

a lágrima de amor que se tornou palavra.


Ah, solidão de louça velha esquecida

no porão de uma loja de armarinhos...


- Desde muito sempre sou triste!

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júlio, in Liturgia dos Náufragos



Júlio Saraiva

 
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Julio Saraiva
 
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Enviado por Tópico
Ledalge
Publicado: 10/04/2008 21:16  Atualizado: 10/04/2008 21:16
Colaborador
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 Re: O rio não apaga a memória da gaveta
É...ANDO NUMA FASE EM QUE SINTO OS VERSOS DE QUEM LEIO COM TANTA INTENSIDADE, QUE ME PROJETO NELES. AQUI, TANTA COISA SE PASSOU NA MINHA MENTE. FANTÁSTICAS GAVETAS, QUE JAMAIS HÃO DE FICAREM EMPOEIRADAS. UM ABRAÇO, NÚRIA.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/04/2008 08:43  Atualizado: 11/04/2008 08:43
 Re: O rio não apaga a memória da gaveta
Aprecio esta forma descritiva, corrente, que transforma o real em poesia...rebuscando memórias e afectos, claro. E que em Júlio Sarava se converte em estilo personalizado, de fino recorte literário. Parabéns. Abraço fraterno e que viva a Língua Portuguesa una e imparável na sua criatividade.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/04/2008 12:49  Atualizado: 11/04/2008 13:26
 Re: O rio não apaga a memória da gaveta
Olá poeta,

Mesmo a margem sendo sempre a mesma e o rio não, as memórias sempre estarão na minha gaveta.
As minhas lembranças de infância são meu tesouro de vida.
São Francisco de Assis, Irmão Sol e Irmã Lua, e toda sua vida, assim como sua oração declamada e cantada, sempre estiveram presentes na minha vida desde os 7 anos de idade, qdo ingressei para a Igreja.
E essa mesma solidão, que pra mim é solitude, ainda sinto hj, talvez porque a leitura fez isso comigo, levou-me a compreender muitas coisas que com o tempo ficaram guardadas nesse porão.
E minha tristeza é ver que muitos poderiam ler mais, aprender mais e ter um conhecimento melhor de si e de tudo.

Seu poema não vai ficar apagado na minha memória, pq adorei ler, bjs.


Enviado por Tópico
Mel de Carvalho
Publicado: 11/04/2008 21:23  Atualizado: 11/04/2008 21:23
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 Re: O rio não apaga a memória da gaveta
Júlio,
já tinha tido o prazer de ler este seu poema num outro site. Relê-lo é, sem margens para dúvidas, um momento alto da poesia.
O Júlio tem tanto em si para nos ofertar que muito desejo que seja devidamente apreciado e que aqui encontre a paz e a tranquilidade de que tomos somos carentes.

Sinceros parabéns pelo texto.
Abraço fraterno
Mel


Enviado por Tópico
Lanna Agda
Publicado: 12/04/2008 03:22  Atualizado: 12/04/2008 03:22
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 Re: O rio não apaga a memória da gaveta
Sê triste não, Poeta!
Tua poesia encanta...
Faz a tristeza se transformar em harmonia!
Parabéns!

Abraços...