Só meus gestos salpicam inquietude,
Os pensamentos alardeiam os sonhos
E eu, canastra real, não sei onde ponho
Os retalhos da consciência que se ilude.
Meu olhar esbraveja diante da sinestesia,
Os desejos se rompem enquanto choro,
Pois em meu inverno só vejo água e cloro,
Inseticida que alveja por onde eu pensaria.
Minha vontade se alquebra perante o sono,
A inconsciência reflexiona a canastra suja
Enquanto a razão recebe assaz de lambuja
O itinerário duma viagem em papel carbono.
Meus passos retroagem... vaivém de tiracolo
E, finalmente, mesmo atordoado, eu decolo!
DE Ivan de Oliveira Melo