O Último Grito
Lábio! vem no teu ultimo grito de guerra,
na loucura de devanear
sabia o amor ao abrir sua janela,
a fuga da luz para as sombras da terra,
e a penumbra espreita as raízes, a paixão.
Do riso agudo ao cume do penhasco,
as pedras que rolam no chão,
as palavras não faladas, as mãos inquietas
ora abertas, ora fechadas, as densas cercas do abandono...
nunca mais a tomarei em meus braços,
nem pegarei em tuas mãos.
A pele risca como sabes, é chegada a hora.
Se toda a dor que a gente sente
é a mesma que de repente não fica, mas
também não quer ir embora.
E não se sabe por que chora
um choro convulsivo e quente,
balbuciando palavras eloquentes
pela paixão que não morreu outrora.
A tristeza que ecoa neste ultimo grito
que ninguém diga que eu exorbito
pois na dor da minha pele arrancada pelo vento
hão de escutar com os ouvidos os lamentos
lancinantes a romper as barreiras do infinito.
Alexandre Montalvan
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