Madrugada de tempestades, alvoroço íntimo;
Minha inconsciência devaneia o silêncio
E, na força dos ventos, os astros gritam,
As folhas murcham e a solidão sente sede...
Eu sei que a chuva não molha, mas a fome devora
O apetite sonambúlico do prazer iníquo.
Dorme-se... O dia nasce na escuridão da saudade
E as árvores dos campos desnudam das estrelas
O brilho sardônico e empedernido da luz opaca
Que o orvalho da manhã desbotou dos sonhos.
Naufraga-se sob a égide das vagas peremptórias
Que se jogam diante das inverdades crepusculares,
Cultivadoras do sentimento impuro e cobarde,
Mas contrabandista do amor que atravessa o destino!
DE Ivan de Oliveira Melo