O ser humano adulto sabe que o jovem não é uma pessoa completa, é um ser em construção. Está apenas iniciando o seu caminho na vida, está cimentando apenas os primeiros tijolos no fundamento do seu caráter.
Pois bem, a partir dessa certeza, ficamos muito tristes, quando ouvimos certas reações dos jovens à educação que os pais querem lhes dar, opiniões, sugestões.... conselhos.
Seguidamente, em dias de festas frequentadas pelos jovens, ouve-se o seguinte diálogo, quase em todos os lares:
"- Filho(a), onde você vai? Que horas vai voltar?"
Cuja respostas, também, geralmente, é a mesma:
"- Mãe, você quer saber tudo? Por que precisa saber tudo o que eu vou fazer? Vai perguntar também com que roupa eu vou?"
A mãe, algumas vezes, acrescenta:
"- Quero saber com quem você vai, também".
O jovem, na sua inconsequência, não conhece as razões dos seus pais. Não param para pensar no porquê de tantas preocupações e tantas perguntas "chatas".
As estatísticas no Brasil e no mundo estão repletas de histórias tristes, de mortes de jovens, que saem de casa sem dar satisfações aos pais de onde vão, com quem vão, e a que horas pretendem voltar.
Na grande maioria das vezes, os pais são os últimos a saber que o filho está morto. E são os últimos a saber que o jovem estaria frequentando certos locais e tendo por amigos pessoas não muito confiáveis, cujo único objetivo é ter noites de aventuras desenfreadas, seja através da violência no trânsito, uso de drogas e outras, que geralmente levam à morte.
Se os pais procuram saber informações sobre os filhos, não é simplesmente porque querem "se meter" na sua vida. Mas, porque, atualmente, tudo tem consequências, e alguém sempre terá de responder por elas... geralmente, os pais.
Quando o jovem tomar consciência de que os questionamentos dos pais são uma forma de demonstrar AMOR e preocupação, terá um relacionamento mais harmonioso com eles, menos traumático, mais consequente.
O mundo, fora do Lar, não tem a preocupação de amar, de proporcionar segurança. O mundo, fora do Lar, tornou-se um palco de aventuras, onde misturam-se a inconsequência, o viver "agora", o consumismo e a oferta do prazer, a qualquer custo.
Tomara que os jovens despertem para o AMOR de seus pais, antes de perderem as suas preciosas vidas ainda nos seus primeiros sopros de liberdade.
Saleti Hartmann
Professora e Poeta
Cândido Godói-RS