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Re: Teofagia p/ ângelaLugo
Prezada Poeta,
A procura de Deus, no caso a fome de Deus, como diz o título do poema, é uma constante em nossas vidas. Uma constante que nos pode levar até ao desespero. Teresa de Ávila, mulher fantástica, cujos escritos merecem respeito mesmo de ateus convictos, como José Saramago, viveu esta busca até aos 40 anos. Em seu livro Vida, ela diz que antes desta idade foi uma monja medíocre e relapsa. Santo Agostinho de Hipona, o grande filósofo da Igreja, também enfrentou esta angústia. Foi lendo uma das cartas de São Paulo e ouvindo os sermões de Santo Ambrósio de Milão, que este notável intelectual descobriu que o que lhe parecia distante estava bem perto ou seja dentro dele mesmo, conforme escreveu em Confissões. A partir daí, abandonou o maniqueísmo, para ordenar-se sacerdote e, logo em seguida, por aclamação pública, ser escolhido bispo de Hipona, bem como um dos mais profícuos escritores da fase da Patrística Apologética. Confesso-te, porém, que não sei se a vida me dará tempo de encontrar o Criador. Grato, mais uma vez, pelas suas palavras.
júlio
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