Um lencinho banhado de pranto
Que alguém a chorar jogou fora
Um rastinho na areia da estrada
A indicar que o amor foi embora
Duas letras gravadas no tronco
De uma linda paineira em flor
São, são, são meu senhor,
São retalhos de amor
Uma carta de amor desbotada
Pelo tempo que tudo consome
Um poema que traz no cantinho
Iniciais pequeninas de um nome
Um jardim onde fomos amados
Numa vila qualquer do interior
São, são, são meu senhor,
São retalhos de amor
Um retrato de alguém que acompanha
Nossos passos na estrada da vida
Uma frase de amor que ouvimos
Numa triste e cruel despedida
A lembrança de um beijo perdido
Num imenso oceano de dor
São, são, são meu senhor
São retalhos de amor
José Fortuna - 1961.
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