Será que podemos fugir ao destino?
O destino, por natureza, é triste e, muitas vezes, trágico.
Não precisamos de ser muito sábios para constatarmos a realidade do destino. Tudo isto é fado, tudo isto é triste, ou, tudo isto é triste, tudo isto é fado.
Não se trata de optimismo ou de pessimismo. Optimismo ou pessimismo, cada um toma o que quer.
Talvez nenhuma espécie, como a humana, viva o dilema e o problema de as coisas não terem de ser como são, mas serem como são, apesar de não deverem ser como são.
Volto ao princípio: será que podemos fugir ao destino?
Tudo indica que sim e tudo indica que não.
O big bang pode ser entendido como uma fuga ao destino. No entanto, cumpriu o destino. E, assim, tem sido ao longo de milhões e milhões de anos.
Nos últimos séculos, os registos históricos revelam que a humanidade tem estado tão obcecada a fugir ao destino, que quase não tem tempo nem disponibilidade para mais nada.
E, assim, cumpre o seu destino de fugir ao destino.
Inventa-se tudo, pensa-se em tudo, sacrifica-se tudo, faz-se tudo, para escapar ao destino.
Mas o destino é cada vez mais destino.
Sem querer ser "totalitário", diria que todas as revoluções, toda a discussão e dialéctica entre o bem e o mal, toda a cultura e todas as guerras, quiseram moldar o destino e conseguiram-no.