Prosas Poéticas : 

Choro Incerto

 

Choro! Não creio que seja este o destino, ou o mundo se atravessou no meu caminho ou a vida se encostou a um canto. Não quero chorar! Parece que estou a regredir. Deixei de tomar medicamentos mas sinto nas vísceras o tédio, a vontade irreal de morrer. Uma aflição que me consome. Um horror que me ocupa os sentidos.
Personalidade Borderline? Limítrofe? Sei lá! Só queria sentir-me viva.
Arranca-me as entranhas esta estranha solidão que ecoa dentro da alma mesmo quando estamos rodeados de gente.
Pessoas? Queira o Deus dos crentes que elas sejam boas quando de facto escondem por debaixo da pele tenta malícia mas quem não pecou que atire a primeira pedra. Tenho um monte delas, os meus pecados, não as entregarei a mais ninguém.
Choro! Não creio que mereça este sufoco absurdo de já nada mais saber, o desconhecimento prende-me os braços, ata-me as mãos e a verdade atravessa-se à minha frente a culpa irreversível de ser assim.
Mas eu não queria! Eu não quis! Eu nunca quis! Eu nunca quererei!

Sacudi o pó da minha pele e não resta mais nada aqui a não ser a impertinente vontade de morrer.

Sim?
Não!
Talvez!


. façam de conta que eu não estive cá .

 
Autor
Margarete
Autor
 
Texto
Data
Leituras
830
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/04/2008 23:31  Atualizado: 09/04/2008 23:31
 Re: Choro Incerto - p/Margarete
Chore Poetisa, que teu choro ecoe nas periferias, mas que teus ais fique sempre aqui, gravados, para que possamos ler seus poemas e poesia. Chore Poeta, chore, e quando suas lágrimas secarem sacuda o pó, morra e renasça a cada dia. Todos terão que ir um dia. Eu quando for levarei essa melodia. 1Bjo Margarete.


http://br.youtube.com/watch?v=eIf_rTx0H_g&feature=related