Frio, sente no corpo o vento
Que o vergasta silencioso
E por aí sibila gentil
Suave se esquiva o momento
Que noutra hora ocioso
Esqueceu ser frágil
Fria se esgueira a serpente
Assim, louca de repente
Que te olha e mente
Nua e demente
Seco, sente no corpo o mar
Que se enrola e ondula
No esvoaçar da memória
Sonolento te envolve o olhar
A tua fome, a tua gula
A história e a glória
Seca flutua no peito o amor
Assim, ao de leve e sem sabor
Que nos rouba esse calor
Das tuas mãos, tanta dor
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma