Quando ouço um fado, lembro-me da vida inteira
E mais, particularmente, daquela tarde fagueira,
Que à sombra de uma paineira, declaraste teu amor,
Mas eu não dei importância e hoje carrego esta dor.
Um dia, no tronco desta paineira, gravaste um coração
Com o teu nome e o meu, como forma de expressão
De um amor que sentiste, mas eu por ti nem liguei
E depois saiu com outro, aí então foi que eu chorei.
Hoje passando por perto daquela árvore frondosa,
Relembrando do passado ainda eu posso ver a marca
Do canivete em seu tronco que apertaste bem forte.
Com outra um dia eu casei e tu pegaste outro rumo.
Hoje é que eu assumo que teu amor não levei a sério
E tal como um adultério, eu lamento a minha sorte.
Maringá, 09.04.08
verde