MANTO
Autor: Carlos Henrique Rangel
Tinha vontade
De me esconder
Por trás das pálpebras
E deixar de ser.
A escuridão é um manto
Grosso e quase sinto-me Seguro.
O não eu que penso Ser
É uma Doce fuga.
Desfaço-me sem pensamento.
Ninguém está.
Não existo ou penso...
Minha alma no entanto,
Não ultrapassa a barreira da pele
e essa densidade limita-me o mundo.
Apesar de tudo
Ainda estou.
Existo...
Ou penso...
Abro os olhos
E recomeço...