O não vale a pena parece estar na moda,
ao invés do olhar do poeta,
tampouco a caneta, olhares de viés
num eterno, interno,
andar à roda.
Não vale a pena, já foi feito,
melhor é ficar por fazer.
Cada conceito, viver, começa nos próprios pés,
algo
que incomoda.
Vivemos sobrepostos
à espera que o espaço passe.
Nem vale a pena a cena do primeiro passo.
Parece.
Mas a vida
ela acontece.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.