Alma de um poeta
Tem a língua bifurcada das serpentes
Nas trevas que interiorizam o mundo
Abaixo de tudo que é baixo e entres
Almas dissecadas e escuras do profundo
Há tempos que se regozijas da mais
Suja e descabida sede de ultrajes
Volúpia ensandecida de vírus abissais
Mas sabe que só no amor a vida é suave
Enrodilha-se nas sombras com sujo ego
Escurecido por seu achar que nunca mais
Martelará com a mão a cabeça de um prego
Mas as estrelas escreverão destinos reais
Assim como revoam os negros urubus
Na noite o breu cria na alma o confronto
Círculos rabiscos nas linhas de uma cruz
O ponto central é quem escreve o que conto
Porem se este conto é real não importa
Pois o ponto é o teu viver postiço
Verme visguento vede teu fechar a porta
Abras o escuro antro deste teu sujo cortiço
Não diga de repente que tu respiras o ar
Imundo e bolorento mentindo ser tesouro
Que pintas da cor do ouro só para enganar
Aqueles que compram lona pensando ser couro
Mas o teu penar advir, eu não digo nem nego
Teu olhar tem a cor rosa de flor da maça
Sei este nosso mundo nunca será de um cego
Mas o que é melhor que o hoje senão o amanhã.
Talvez sim talvez não! Azuis os mares são?
O poeta e seu ego! Perdeu o trambelho?
O mar não é azul nem o céu é vermelho?
Eu não sei se são!
Mas sei,...estrelas choram luzes na escuridão!
Alexandre Montalvan
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