Poemas : 

Rua Branca (common road)

 
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Rua Branca (common road)
 



outrora escura

noturna

hoje

se faz branca

suas casas a cercarem

seus carros a passarem

suas pessoas

suas calçadas

tudo em sua parte

revelação

fumaça nas chaminés

caixas de correio

cercas e esquinas

cruzamentos

nesse tranquilar caiado

das coisas da rua

um esquilo atravessa

diante do meu carro

de um lado a outro

de uma árvore a outra

de calçada a calçada

e eu o vejo em cada salto

sobre o gelo

compactado no asfalto

um risco fino

de minúsculas patas

no caminho branco

a rua ora escura se empalidece

desce a si a brancura

o dia se faz mais claro

por um momento

tudo aquece o dia

e se esquece

muita coisa guardou-se do frio

a rua se mostra sem aparecer

se não a abrisse nesse dia

e não a visse nessa manhã

escrito poema não se faria

não se daria ao papel

vívida lembrança

de muito longe

as horas no dia

ficaram no dia

a rua no bairro

as árvores na rua

o ar nos meus pulmões

as palavras que escrevo

partes na rua

partem da rua

atravesso e sigo

e na rua deixo o rastro

do que atravessou de mim



 
Autor
Andre_Nishihara
 
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