O que o rio sabe
é que não passa duas vezes pela mesma ponte,
não corre para a sua fonte,
que o leito nem sempre é estreito,
ou larga a foz…
De curso a curso, para diques e represas
traz por recurso
repetidas artimanhas.
O que ignora,
evapora.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.