Durante muito tempo... simplesmente existi!
Vivi numa corte do meio rural
Donde respirava com excelência um jabuti.
Amei desesperadamente a vida no campo
E, em meus devaneios, fui o pirilampo
Das crianças que brincavam à luz da Lua,
Que corriam e choravam, e gritavam na noite crua!
Do mato silvestre compreendi o que é o amor,
Ultrapassei perigos e agora estou a compor
Este poema que guarda recordações e luta
Que é a sobrevivência no solo da terra bruta...
Diante dos arrebóis me vi também a cantar
Junto aos pássaros que eram a beleza do lugar.
Nobre passagem de uma existência que não é fácil
Perambular pela seiva das flores e ver o táctil
Perfume que arrepia a pele de quem quer ser herói
E transcende do plebeu a dor que assaz mói,
Do destino incerto, as sepulturas que são riscos
Perante um viver em que se blasfema em tons fictícios
A fidelidade que jaz embutida nos fulgores
De quem ama e é amado pelos semeadores
Que perfuram do solo os bueiros maltrapilhos
E arrastam à beira da fantasia eflúvios e gemidos!
Assim foi esse certame de várias descobertas
Que trouxeram as experiências que, alerta,
Concertam os males procedentes das insatisfações senis
A fim de que o mundo eduque e civilize os mancebos infantis!
DE Ivan de Oliveira Melo