Antíteses II
Eu sou como um guardião que dorme
Um menestrel que não canta a poesia
Um gato que não caça e passa fome
Um palhaço que não transmite alegria
Sou como marinheiro que vive na terra
Como astronauta com medo de altura
Um soldado que já fugiu duma guerra
Um jogador de vôlei de baixa estatura
Nado no mar e na praia vou me afogar
Estou sempre correndo pra não chegar
Será sempre assim o meu triste destino
Nasci entre o velho e a modernidade
Do que jamais fui tenho muita saudade
Enquanto eu cresço, fico mais pequenino.
jmd/Maringá, 23.08.19
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