Poemas : 

bar de agosto

 
não, apesar de falhar
eu nunca bebo, nem prefiro um bar
nas minhas mãos apenas
um triste cálice
cheio de silêncio que me deseja
com traje de ilusão.
olho o seu fundo como que ao espelho
tento perceber-me, vender-me ao seu sangue
coisa que a noite não consegue resolver.

ah, cansa-me tanto o sonho.

fujo então para fora de mim
corro da minha sombra,
já vai alta a madrugada
à porta do bar fechado.

passado, futuro nada me chega
e o presente tão parado

atiro ao chão esse copo
e só aí me dou conta
do coral de gatos no telhado

 
Autor
RoqueSilveira
 
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