não, apesar de falhar
eu nunca bebo, nem prefiro um bar
nas minhas mãos apenas
um triste cálice
cheio de silêncio que me deseja
com traje de ilusão.
olho o seu fundo como que ao espelho
tento perceber-me, vender-me ao seu sangue
coisa que a noite não consegue resolver.
ah, cansa-me tanto o sonho.
fujo então para fora de mim
corro da minha sombra,
já vai alta a madrugada
à porta do bar fechado.
passado, futuro nada me chega
e o presente tão parado
atiro ao chão esse copo
e só aí me dou conta
do coral de gatos no telhado