TEMPO VIVENCIADO
(Jairo Nunes Bezerra)
Lembro-me aos poucos da minha infância,
Quando a ama cantava um bode debaixo da cama...
Ai meu Deus se acaba tudo... Isso eu não queria,
E em pleno inverno, refugiava-me na lama!
Hoje, crescido, busco o bode aos anoiteceres,
Nem uma velha encontro...
Com saudades crescem os meus padeceres,
E no avanço do tempo vão-se os desencontros!
Sempre vivi ativado por efêmeras ilusões,
Aprendendo velhas canções,
E mais criança me tornava da terra oriundo!
Hoje, crescido, conservo tudo na lembrança,
Resguardando as esperanças,
E permanecendo num atribulado mundo!