Olhei pela vidraça da janela
e vi voarem folhas
como se fossem suspiros,
deslocavam-se com a elegância da poesia,
por vezes escondiam-se por detrás do sol,
outras, brincavam com as nuvens
num voo constante e sedutor...
Todavia, tal com a efemeridade
do nosso voo pela vida,
também aquelas folhas
que me haviam deslumbrado,
aquietaram o seu voar
no duro chão da realidade
da minha triste e inquieta desilusão
José Carlos Moutinho
4/8/19