Nessa altura
Do alto da minha idade nessa freguesia
Eu dei as costas à paisagem da história
Com uma nuvem cinzenta na memória
Estando irreconhecível nessa tarde fria
Pensando tantas coisas nesse momento
Dessa passagem sem paz e sem glória
Com muitas perdas e nenhuma vitória
Na minha roda-gigante em movimento
As minhas falas são todas obras puras
Mas são destruídas como pedras duras
Pela água-corrente que bate e que fura
Vou carregando esse fardo tão pesado
Que eu chego a balançar para o lado
Que me dá medo de cair nessa altura.
Jmd/Maringá, 30.07.19
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