Ninguém me culpe por nada merecer.
Nunca fui motivo p´ra existência.
Só na terra de folhas com folhas.
Está a cura de mim para mim.
Nada há em mim.
Deixei tanto sonho ignorado.
Hoje, gaguejo ilusões.
Para os anos que me sobram.
De imperfeição e impudor.
Desfeito o espanto aberto.
Com o peso de ser.
Sinto a alma perto do chão.
Com os olhos dentro do rosto.
Nunca me deixei tocar aos poucos.
Por outros tão menos.
Tampouco me imitei.
Nem nos vingativos prazeres do corpo.
Zita Viegas