Sobre a mesa sua foto,
Em preto e branco, da cor do seu caminho
Borrando o piso aquarelas,
Aquarelas e lágrimas...
Não compreendo a razão, o sentido...
Tento divagar...
E o que sinto é apenas
A dor da incerteza...
Encontrei pela sala
Pétalas de rosas
Sem vida
Sem sonhos
Sem brilho...
E uma vontade de viver...
Presa pelo próprio destino
Um olhar em busca de um sonho distante
O desejo da morte, a alegria que lhe falta
Da janela um suspiro...
Uma ânsia imaculada de fugir
De voar... de ser...
Ser somente o que é
Uma vela e uma chama
Que ainda se mantém acesa...
"Há poemas ininteligíveis nos seus elementos, porque só o poeta tem a chave que o explica; mas a explicação não é necessária para que pessoas dotadas de sensibilidade poética penetrem na intenção essencial dos versos"
Manuel Bandeira