Poemas : 

O chiado da serpente

 
O sol em meus cilios
os pensamentos conturbados
esquentam junto com o sol.
Migrando em poucos passos
no lado de fora, até a proteção
de quatro paredes.
Um esquisito, cara fechada
impenetrável em aparência,
demolido em essência.

Não havia nada mais para
ser feito. O tédio circulava
como uma serpente
seu chiado em transe
absorve cada resquício
de vitalidade.
Sair e ir para um lugar
diferente ajuda
o tempo a passar e quanto
mais velho
mais consciente
e mais medroso.
O que antes executado
com maestria
hoje não passa de algo
desnecessário,
posso me machucar
e machucado foi como
acabei muitas da vezes.
Um simples par lábios em um batom
vermelho
a pele branca, alva, embranquecida
macia ao olhar, nunca pude tocar.
Hoje o que resta, frustração
e cigarros,
remédio para dormir
e ao acordar.
Acho que sempre vou fingir
que esta tudo bem,
lembranças me fazem sentir
um derrotado,
foram bons momentos
o impacto das ondas
foram devastadores
agora me encontro
a desdém.

Um dia
acredito
que vou me
sentir bem.

 
Autor
GabrielsChiarelli
 
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