Um homem só
Olha perdidamente para o horizonte
Onde não há nada a contemplar
De uma aurora que já se foi.
Este homem só
Observa serenamente as flores da campina
E lembra o dia da despedida
Em que ela foi embora.
Um homem só
Lembra com muita saudade
Do sorriso que ela tinha
E dos seus olhos que brilhavam intensamente.
Este homem só
Hoje percebe o que fez de errado
Não sabia o que fazer diante daquela beleza
E, dessa forma, acabou por perdê-la.
Um homem só
Lamenta sua triste infelicidade
Oxalá soubesse cuidar melhor daquela flor
E não estaria a lamentar o seu infortúnio.
Este homem só
Sente o aperto do coração
A saudade que esmiúça seu sentimento
Fazendo-o chorar silenciosamente.
Um homem só
Que olha perdidamente para o horizonte
Deixa-se descansar dessa tristeza
E fecha os seus olhos para o passado.
Este homem só
Sabe que o futuro lhe espera
Que outros olhos há de brilhar em seu caminho
E que lhe resta saber cuidar.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense