Na minha terra
as horas cansam do passar devagarinho
ao compasso lento do calendário;
até a manhã se esquece,
no intervalo longo do dia,
que existe o entardecer,
a noite
e a madrugada.
Na minha terra
tudo passa sem pressa
como se não haja pressa para nada.
Na minha terra
até os pássaros se inquietam
por se ouvir o seu respirar ofegante
quando de ramo em ramo
pausam na estafeta constante do esvoaçar.