Poemas : 

Trono do nada

 
O Longe
é sempre um contrato com o passo,
mais do que com o pé.

Não é tanto de espaço como
acto de fé.

Esse mesmo Longe
bebe do fim da vontade
o seu começo,
das lombas da estrada,
apreço pela metade e abandono.

Trono do nada.


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
Texto
Data
Leituras
1495
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
21 pontos
3
1
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 25/06/2019 07:35  Atualizado: 25/06/2019 07:35
 Re: Trono do nada
.
Ontem vi um filme que havias de gostar de ver com os teus miúdos.
Chama-se "A educadora de infância" e o protagonista é a poesia.

Um dos poemas do filme é este:

Anna
Levanta-te
Lembra-te
A solidão é um tempo parado
Gasto com o mundo
Está aqui a sala com toda a gente
Os teus amigos mortos atravessam-te
Como o vento num espanta-espíritos
Não tenhas medo, Anna
O fim da estrada está tão longe
Já está
Atrás de nós



Anna
Get up
Remember
Loneliness is still time
Spent with the world
Here's the room with everyone in it
Your dead friends passing through you
Like wind through a wind chime
Don't be afraid, Anna
The end of the road is so far ahead
It is already
Behind us

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 25/06/2019 13:57  Atualizado: 25/06/2019 13:57
 Re: Trono do nada
Entranha-se na pele. E guarda-se.


Obrigada :)