O Longe
é sempre um contrato com o passo,
mais do que com o pé.
Não é tanto de espaço como
acto de fé.
Esse mesmo Longe
bebe do fim da vontade
o seu começo,
das lombas da estrada,
apreço pela metade e abandono.
Trono do nada.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.