Ó poeta de palavras mansas, Do que é feito teu coração? Do cuspo de deus não foi De lágrimas de cristo, também não. Afinal, donde vem essa mansidão Nas palavras? Dos cornos do diabo não vem, Das preces duma bruxa também não. Ó poeta de palavras mansas, Me empreste tua mansidão, Pra enganar a lua e acalmar os mares. Ó poeta de palavras mansas, Me diga donde vem essa mansidão Nas palavras, se do teu coração vier, Gostaria de ter um igual ao teu, Pra fazer das palavras, bastão da paz mundial. Ó poeta de palavras mansas, Se um dia morres a fingir, Tua campa não será a fingir, Serás enterrado no túmulo de verdade Pra não morreres mais vezes.