Filosofia de Lobos
Nada levarei para a cova,
nada eu possuo neste mundo,
nem a minha vida me pertence.
Nada mesmo que eu pense
se prende a mim
por mais de um segundo.
Quando o sol some no horizonte,
fazendo ferver as águas do mar,
olho e não lembro quem fui ontem;
é como se eu acabasse de chegar.
Trago em meu corpo um sangue vil,
todo contaminado por vícios de outrora.
Quem eu fui ou quem sou nesta hora
marcam na face o reflexo de um arrepio.
Impera uma filosofia muda,
feita por lobos assustados em seu covil,
mas nada que minha alma vazia comunga
neste mundo entulhado de vazios.
Alexandre Montalvan
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