Não foi fácil atravessar o vale
A escuridão era terrível
O medo lançava sobre mim
As suas garras cruéis sem piedade.
A dor sufocante e interminável
Dilacerava o coração
Fazendo-o bater acelerado
Como um carro em alta velocidade.
Ninguém estava ao meu lado naquela hora
Ninguém para ouvir o meu clamor
E eu sabia que estaria sozinho
Pelo resto de minha vida.
Ou haveria outra esperança
Para os meus olhos cansados?
Em outra vida poderia existir
Um amor que fosse real para mim?
Na dúvida prefiro acreditar
Que o caminho a trilhar é deserto
Como nas areias frias de noites silenciosas
Do que ver as borboletas na primavera.
Os olhos que nunca mais verei
O sorriso que não será para mim
Faz nascer no coração à dor terrível
De um amor que tristemente se foi.
Essa é a história que ninguém viu
A amargura de um coração ferido
A epígrafe de um sonho perdido
Nas longas noites de solidão.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense