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Crer

 
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Quando esse querer de ser crente
Nos encontra,
A mente divaga pelos cantos dos olhos.
Sente-se o nervoso do universo
Correr pelas veias desenhadas
No nosso corpo.
E queremos na paz,
Na ternura da ventura
Do que se encontra em frente.

Quando esse sopro de melancolia
Nos toca a pele,
E arrepia a nossa essência taciturna
Cria-se um afago no peito.
E a garganta,
Que já não grita,
Sente o aperto da mente,
Que já não crê,
E não sente presente
A veracidade de o querer.


Maria Toranja

 
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MariaT
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Enviado por Tópico
Margô_T
Publicado: 27/05/2020 08:46  Atualizado: 27/05/2020 08:49
Da casa!
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Mensagens: 308
 Re: Crer
Um poema muito interessante!
Quando somos crentes em algo, quando temos esperança de algo:
“Quando esse querer de ser crente
Nos encontra,”

estamos mais despertos para o que nos rodeia porque o nosso querer de crente (em algo) nos instiga o olhar desse modo (e é pelo olhar que nos conduzimos ou, talvez mais precisamente, o nosso olhar traduz o que a nossa mente busca, sendo que quando cremos em algo buscamos esse algo, mesmo que inconscientemente):
“A mente divaga pelos cantos dos olhos.”

Tudo o que nos rodeia passa a estar, então, em sintonia connosco, formando-se uma espécie de rede circundante onde nós próprios nos tornamos o todo por estarmos em harmonia com ele:
“Sente-se o nervoso do universo
Correr pelas veias desenhadas
No nosso corpo.”

Quando a esperança “Nos toca a pele,/E arrepia a nossa essência taciturna” sentimo-nos afagados.
Porém, quando esse querer de crer (em algo) deixa de fazer parte de nós, sente-se um “aperto da mente” e voltamos
à melancolia.
Ou, pelo menos, foi assim que te interpretei…
Um belo deambular poético que cativa!