No dia em que os deuses se encarnaram na mesma pessoa
O circo visitou o “olimpo” onde eles habitam
E perante tantos humanos ficaram um pouco á toa
Então os palhaços que vêm eles imitam
Imitam-nos com tremenda facilidade
Pois em cada um deles permanece escondido
Um enorme palhaço de verdade
Embora d'entre todos, seja ele o mais comedido
Começaram então os palhaços a atuar
E logo os deuses cerraram fileiras
O palco então souberam partilhar
E assim se desenrolaram as mais mundanas brincadeiras
Entre provocações e armações
Reina a boa disposição embora que disfarçada
Os deuses também aprenderam lições
Embora que tenha sido na palhaçada
Espetáculo que parece que não cessa, é infinito
Mas a tal já estou habituado
Pudessem os deuses e fariam disto rito
E ao espetáculo assistiam sem nada terem acrescentado
Como o espetáculo era de grande magnificência
Os deuses apenas se limitaram a assistir
De pronto disseram com eloquência
Que a todos os espetáculos da terra hão-de sempre vir
Mesmo sendo deuses, todos gostam de viver a sua humanidade
E entre eles se sentem acolhidos
Mais encarnações vindouras na futuridade
Em que não aparecem as feras, os seres temidos
Mesmo sendo eu um vagabundo...
por um belo sorriso vou até ao fim do mundo!
Eduardo Fontes©