Dias, pedaços de mim que deixei resvalarem no esquecimento. Não te escrever é adormecer-te, aligeirar a dor da tua ausência numa abstinência de sentir-te sempre presente, sempre tão longe. Pensei que era forte e que podía deixar-te ir, aos poucos, com frases mal terminadas na boca de um poeta que esqueceu as suas rimas mas sabe-as dedilhadas no parir. Não te esqueci, talvez o tenha tentado de mim, um engano tropeçado em dias que evitei as veias no derrame do papel.