Repara a clara lua em madrugada escura
Boiando igual balão da Noite São João.
A luz de prata pela noite passa e fura,
Inunda o mundo a luz a jato, o tal clarão.
E, nisso, tece o dia a barra muito dura.
Pedaços duma noite, rastros sós no chão,
Que são orvalhos pratas, clássica pintura
Bordada pelas mãos do Deus da criação.
Os seres térreos fazem preces ao Divino.
Esféricas e bélicas, fogem as nuvens ;
As graças caem, balsâmico eflúvio no ar;
E corre tempo, o tempo todo, tempo fino...
E meus olhos se vão nos tantos tons ferrugens
Da forma como as vagas se vão, devagar...
Gyl Ferrys