Contemplando uma página vazia de meu diário
Reparei que nada de mais verdadeiro podia haver
Mundo este imaginário
Em que muito do que (li) (previ) é o que veio a acontecer
Acordei assim, dentro de um filme a cores
Mais um filme, mais um dia
Filme de circo e horrores
Será que o queria?
Sem razão ou sem sentido
Continuo irresponsável, inconsequente
Como quem circula em "caminho proibido"
Ou como quem perdeu o norte e ficou doente
Em muitos de meus delírios sonhei que era escritor
Mas quando acordo, tudo é negro, tudo me causa temor
Não que tenha medo de ser quem quem sou
Simplesmente enfraqueci, minha força se esgotou
Pode ser que algum dia descubra minha razão
Ou o vento me traga mais responsabilidade
A inconsequência dos caminhos proibidos me atirou ao chão
Me deixou desnortedo, me fez cair na realidade
Mas nem o que eu gosto de fazer
É mais importante do que o que trago em meu interior
Por vezes até é bom estar perder
Por vezes é bom perder e sair vencedor
Ás vezes não vendo as coisas com muita clareza
Tenho a certeza do sabor da lágrima a rolar
E mesmo não possuindo algum tipo de riqueza
Ás vezes faço-me forte e estou prestes a colapsar
A estabilidade lógica de quem não quer explodir
Que paira sobre o mundo, sobre tudo o que sou
Difícil de a dominar, não vou mentir
E não minto que algo em mim mudou
Mesmo em dias que não consigo escrever
O que sinto e penso permanece igual
A mão que treme ante quem me faz morrer
Não por ser único, por ser o mais especial
FidesinOculisMeis 2021