LÁGRIMAS DA NATUREZA
A natureza grita, grita zangada
Em prantos chora por tristeza
A vida humana para si sagrada
Consome a maravilhosa beleza
Suas nascentes estão secando
A floresta some-se ardendo sem parar
Num mar de socorro se vai agitando
Porque o homem com ela quer acabar
A Terra gira sob o sol escaldante
Criando brasas, consumindo água
Tornando a vida num inferno de Dante
Sobrevivendo apenas a dor e mágoa
Ó brutal inconsciência desmedida
Tanto mal tu estás a fazer
Deixas a nossa terra destruída
Na tua ganância de enriquecer
Retiras deste paraíso de mais
E suas entranhas sacodes
Vulcões gemem em tantos ais
Com tua ambição os explodes
O Ambiente está sofrendo
Por tanta maldade cruel
O Deserto seu caminho vai fazendo
Perdendo a vida humana seu mel
A Natureza clama, grita e soluça
Tu não a ouves, nem dás teu olhar
Estás a torna-la fraca e tão confusa
E talvez a perderes seu amar
Neste clima feio e descontrolado
Onde todos estamos a viver
O planeta vai girando revoltado
E a vida humana a se perder
As lágrimas da natureza são insensatez
De tão horrenda tristeza humana
Que vai mergulhando em sua estupidez
No meio da ambição que não engana
Secam lagos, cascatas e rios
E até mares outrora conquistados
Surgem furacões destruidores e frios
É a mãe natureza morrendo aos pedaços
Desaparecem Aves, peixes e a flora
Entre calores e frios nunca imaginados
A criança assiste e por tudo isto chora
Ao colo da mãe de olhos envergonhados
Ela clama para a não vêr mais sofrer
Exigindo que pare tanta ignorância
Surgirá o dia onde tudo se irá perder
Não restando mais a fé, e a esperança
De: Fernando Ramos