Descontroladamente conformado
Elegantemente á parte
Se de tudo o que digo nada é escutado
Volto costas então, e dedico-me a minha arte
Sei que em tempos também menti, enganei
Mentindo, por ódio, por raiva e possuído pela ira
Tais preceitos abandonei
E nunca fiz ninguém viver tanto tempo dentro de uma mentira
Mentiras são mentiras, ponto final
E tudo o que com elas se sente é bem real
Como viver com as memórias deste passado
Se com tais mentiras até ao pescoço 'tou atolado?
Sou alérgico até á minha pessoa
E a todo o meu chão que aluíra
Bateu, doeu, fiquei á toa
Sou alérgico a tudo o que ontem me destruíra
Destruição totalmente conseguida
Mas tal como o PORTO, caio sempre de pé
Ainda que a queda tenha sido fudida
Não dou parte fraca, acredito em minha fé
Tenho fé que meu paraíso 'ta guardado
E rogo preces p'ra que meu inferno continue adormecido
Mas não espero que chova p'ra ficar molhado
Corro em direção oposta, como á muito se devia ter sucedido
Mesmo sendo eu um vagabundo...
por um belo sorriso vou até ao fim do mundo!
Eduardo Fontes©