Nunca disse que sou inteiro
Também nunca pus de lado tal suposição
Sei que fui falso e disse-me verdadeiro
Mas nunca minto quando falo de coração
Por vezes uma torrente de palavras colossal
Noutras, vivo mudo e calado
Que de entre os fenómenos, o mais paranormal
Gosto de ser alma da festa, mas também dum cantinho sossegado
Como um dia amar alguém
Se de amor próprio nosso peito sobrevive despido
Será possível lutar e ficar além
Além dos tempos e de amor não correspondido
Entretanto correspondo-me com os anjos do céu
E deleito-me com os demónios do meu inferno
Se da vida tu és o juiz, então sou o réu
E sigo feito um camafeu, feito subalterno
Prometo acabar de me acabar indefenidamente
E no peito guardar o meu bem mais precioso
Quem começo a amar, amo eternamente
E quem amo eternamente, vira o meu "bem" mais valioso
Agora vivo um passeio lunar incessante
E um inferno terrestre de delinquência
A Verdade por vezes é cortante
Não sou eu a falar, é a minha amiga demência
Ponho-me em segundo a mim
E quem amo em primeiro lugar
Cheire a rosa, a cravo ou a jasmim
Se quem eu amo faz parte de mim
E eu, que me amo a mim em primeiro
Estou com quem amo até ao fim
Perante "a vida" de joelhos, mas perante o que prometo, verdadeiro
FidesinOculisMeis 2021